22 de jan. de 2011

            AFRODITE

            DEUSA ALQUÍMICA / DEUSA DO AMOR
Por: Miliane Tahira



Cultuada como uma presença “Sensual” era considerada uma “Deusa Áurea” pelos gregos antigos,
estando sempre relacionada às artes da escultura, poesia e música; ou tudo em que se configure a
presença do belo.

Atualmente estaria relacionada à indústria da moda. Conhecida pelo nome romano de Vênus, tal Deusa
caracterizaria conceitos estéticos e, se for desvinculada de outros conceitos, pode se tornar fútil e promíscua.
Por enfatizar o lado sedutor, mulheres com esse arquétipo tendem a afastar pessoas do sexo feminino,
ameaçadas por este “poder” e atrair homens que a queiram como posição de “STATUS”, pois seu mistério
e exotismo tornam-na extremamente atraente.Profissionalmente, tais mulheres são atraídas para a área artística,
de moda, relações públicas, publicidade ou Hotess.

É perceptível o seu poder de exploração e controle sobre o sexo masculino. No entanto, estará muitas
vezes fadada a condição da “outra”.Apesar de ser vinculada, inúmeras vezes, a energia breve de uma
relação passageira, por ser genuinamente sábia nos quesitos do amor, muitas vezes, torna-se uma excelente
amiga/confidente de seus amantes, promovendo um acesso a um caminho interior trazendo questionamentos,
buscas e muitas vezes, transformações positivas para quem está sob seu convívio.
Na antiguidade temos registros das hetairas ou “prostitutas” hoje temos nas queixas japonesas a
personificação deste papel. Assumem uma função na psique masculina capaz de despertar seu fluxo criativo,
inspirando-o de diversas formas, trazendo à tona a sua “ANIMA”.
Ai está a faceta feminina condenada por diversas religiões. A mulher tentadora, alquímica,capaz de abalar
a estabilidade de um homem ou uma nação, de rever seus conceitos, de vivenciar seus desejos.

GÊNESE:

Afrodite nasce dos órgãos genitais decepados de Ouranos, o pai celeste.
Pode-se traduzir simbolicamente, que a deusa guarda em si, uma postura fálica, através desua
busca sensual pela falta original da qual foi oriunda!
“Cronos", filho de Gaia (Mãe Terra), lançou no oceano os órgãos genitais arrancados de
“Ouranos”, dando nascimento a Afrodite, que emergiu da espuma marítima.
Historicamente é considerada descendente de Istar ou Inana (Deusa Sumeriana), que
era reverenciada até aproximadamente 3000 e 1800 A.C.,através de seus templos de amor,
sendo servida por sacerdotes (Quadisth).

A felicidade é essencial para a manutenção patriarcado, já que a maternidade é uma certeza e a
paternidade uma hipótese. Ora, sem a certeza da felicidade não pode se manter uma linhagem patriarcal,
voltaríamos ao matriarcado ameaçando a igreja e o estado.
Por isso, tais instituições colocam a mulher tipo “Afrodite”, á sombra da coletividade, são mulheres desejadas
e ao mesmo tempo desprezadas. Ótimas amantes, mas condenáveis como esposas.
Está explicada a divisão sagrado x profano, outrora uma única característica – ameaça ao poder masculino,
retirando toda possibilidade de dúvidas quanto à linhagem.
Suprime-se a “Grande Mãe”, esposa (Hera) x amante x (Afrodite) mãe (Deméter).
A igreja católica passa a imagem do corpo como vergonhoso/ imaculado:
mulher = terra =sujeira = sexo =pecado.
Os islâmicos colocam a mulher na condição de tentadora, vitimizando os homens.A idade média suprime
as sacerdotisas, queimando-as na fogueira, calando o amor com o medo e faz aparecer o culto
“A Virgem Maria”, purificada enquanto mãe sofredora, destituída de toda e qualquer sexualidade.
O amor é instrumento de transformação, suprimindo-o ou marginalizando a mulher tipo “Afrodite” estanca-se
qualquer possibilidade de transformação social, mantém-se a política ditatorial através do medo.

Amor: Alquimia:

Como acontece o processo de auto-descoberta através do amor?
Como o amor libera a energia criativa?
Com a paixão projeta-se no ser amado conteúdos inconscientes e desta forma podem ser vistos e elaborados
 para que a relação se mantenha.
Como o amor faz emergir conteúdos inconscientes, tira os apaixonados da letargia e promove movimento
psíquico, liberando, portanto, a energia criativa.

Revendo o papel de Afrodite

Respeitar e amar seu próprio corpo é a forma da mulher moderna trazer o papel de Afrodite longe
das exigências da mídia.
Os homens também precisam reformular sua Afrodite, percebendo a mulher como desejável dentro do
estilo próprio e singular da mesma, e não um ideal utópico.
A natureza de Afrodite é sensorial, e deve ser vivenciada dessa maneira, seja no cheiro de um perfume,
no toque de uma roupa macia sobre a pele, a contemplação do belo em uma extensão sensível e singular,
nunca deve ser aprisionada por modelos criados pela mídia.
Com a proximidade com o próprio corpo, começamos a sentir; trabalhando uma abertura de canais sutis.
Desta forma promove um encontro consigo mesma e com toda beleza do infinito universo existente em cada
um de nós. Trabalhando desta forma atinge-se um maior grau de tolerância e paciência com o mundo, pois
percebe-se o aqui e agora de tudo, inclusive de nós mesmos!

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