25 de fev. de 2011

O Elemento Água -por Miliane Tahira




A água é  relacionada diretamente com a maternidade, por ser um elemento úmido, alés da feminilidade como todo sendo indispensável ao crescimento, germinação, maturação, reprodução/regeneração, purificação. Tem também o aspecto da absorção.

Várias mitologias trazem o elemento água como prinicípio relacionado a criação.Na Filosofia antiga, Thales de Mileto, filósofo pré socrático, tinha a água como o elemento responsável pelo surgimento de todos os outros, para ele este seria o princípio original.

Algumas teorias sobre o povoamento na terra enfatizam que as primeiras formas vivas foram oriundas das águas.

Para a psicologia Junguiana e transpessoal, a água é o elemento que rege as emoções, bem como aspectos do inconsciente e a energia do coração – chakra cardíaco.

A energia vinculada  a tal elemento é a receptividade e feminilidade, as lágrimas, ao fluxo, seiva.Os signos relacionados com essa substância são: câncer, escorpião e peixes. 

Á água pode ser profunda e parada como a dos pântanos, fluente, como as águas do mar e torrencial como em uma cachoeira. Todas as formas estão vinculadas a emoção e purificação, mas os níveis de transformação e movimento e como esses acontecem muda a partir dessa representação morfológica, podendo estar relacionados com aspectos específicos em cada uma dessas manifestações.

VIEIRA E WEBER, 1997, citam que “a água é vista hoje não apenas como fonte da vida, mas também como foco de preocupação mundial, posto que a sua escassez coloca em risco a vida no planeta. Neste contexto, em que se busca conscientizar a população para a necessidade de se conservar este líquido, é importante compreendermos o seu valor simbólico nas diferentes”.

Para a religião Wicca , a Água é representada geralmente em receptáculos (como taças) ou simplesmente por um rio, lago ou mar (nas cerimônias realizadas na natureza). Também na tradição cristã a água é um elemento purificante, logo que o cristianismo surgiu o símbolo de Cristo era um peixe.

Nos mitos a água representa o estado primitivo e caótico do mundo. Tiamat existia como um abismo de águas antes de ser vencido por Marduk. No Gênesis, as trevas originais eram repletas de águas, tendo surgido depois a Terra sobre elas.
            


 O  Ensaio que se segue é baseado na obra O Sagrado e o Profano, de Mircea Eliade e retiradodo sitehttp://knol.google.com/k/sadas-poeta/s%C3%ADmbolos-sagrados/1dmpqtqxodh3f/55

Simbolicamente, a imersão em água representa este retorno ao estado primitivo, um recomeço. Em contrapartida, emergir da água representa o renascimento, o erguer-se de um novo estado. Por isto o gesto de mergulhar e sair da água simboliza tanto a renúncia de um estado passado como a aceitação de uma nova condição. Representa morte e renascimento.
Em nível cósmico, este ato simbólico pode ocorrer nos dilúvios universais, que purificam o mundo, matando-o para fazer nascer um mundo renovado. Em nível individual, temos o ato do batismo que representa a morte do devoto para sua vida passada e o nascer para uma nova vida.
Sobre o batismo, assim falou João Crisóstomo: “Ele representa a morte e a sepultura, a vida e a ressurreição... Quando mergulhamos a cabeça na água como num sepulcro, o homem velho fica imerso, enterrado inteiramente; quando saímos da água, aparece imediatamente o homem novo”.
Os padres cristãos não tiveram repulsa ao simbolismo pagão da água, antes adaptaram-no à teologia cristã. Cirilo de Jerusalém, por exemplo, identifica a descida de Jesus ao Jordão com o antigo duelo do Deus contra o Monstro marinho.

Diz ele: “O dragão Behemoth, segundo Jó, estava nas águas e recebia o Jordão em sua garganta. Ora, como era preciso esmagar as cabeças do dragão, Jesus, tendo descido nas águas, atacou a fortaleza para que adquiríssemos o poder de caminhar sobre os escorpiões e as serpentes”.

Justino compara o batismo de Cristo à vitória de Noé sobre o dilúvio. “O dilúvio era, pois, uma imagem que o batismo acabava de consumar... Assim como Noé havia afrontado o mar da Morte, onde a humanidade pecadora tinha sido aniquilada e do qual emergira, também aquele que se batiza desce na piscina batismal para afrontar o dragão do mar num combate supremo e sair dele vencedor”.
                
Finalmente aprendemos com esse elemento a possibilidade de adaptação ao meio, a seguir o fluxo natural e permanecendo a mesma substância.



"(...) a vida vem em ondas como o mar, no indo e vindo do infinito(...)" (Lulu Santos)  




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