10 de fev. de 2016

Medidas educacionais necessárias e imediatas a curto prazo: depende de nós!



Caríssimos colegas de jornada,


Passou-se o Carnaval e segunda as Escolas Estaduais e Municipais Bahianas retomarão às atividades.
Ano novo na Educação? Não!
Só se assim quisermos e trabalharmos para isto.
Certamente iremos enfrentar os velhos problemas de sempre: Indisciplina, falta de interesse e o baixo desempenho dos alunos, salvo raras exceções. Sabemos que a Educação do Brasil é uma das piores do mundo, por mais dura que seja esta constatação.  Entretanto não queremos a permanência desse Estado de Coisas. Nosso coração clama por mudanças...
Se Países como a Finlândia conseguiram organizar um Sistema Público de Ensino com excelência onde jovens aprendem de forma significativa, além das avaliações externas demostrarem isso, o que impede de nossa nação ter este êxito?
Muitas respostas para o estado de calamidade da educação brasileira atual podem ser dadas, sobretudo no que tange as macro políticas de educação: Necessidade de Reforma Curricular, Valorização Salarial, Escola em Tempo Integral, Melhores Condições de Trabalho, Reformulação do Espaço Escolar, Interdisciplinaridade, Utilização das Novas Tecnologias etc.
Neste texto, entretanto, pontuaremos aspectos que envolvem nossa atuação direta e mais imediata no ensino fundamental II e médio, independente de Governos ou mega programas. Segue abaixo algumas ideias, que não são apenas nossas, mas anseios coletivos professados por aqueles que sonham com a mudança e que avivam os espaços escolares com poesias de esperança.
1-     Estabelecer critérios avaliativos que retirem da prova escolar, o papel de soberania.
A grande maioria dos alunos brasileiros estuda para passar na prova e não para solidificar seu processo de aprendizagem. Sobre este aspecto a neurociência é clara: quem estuda de véspera não absorve 5% do assunto estudado. Para o conhecimento ser internalizado, os assuntos trabalhados em sala precisam ser revisados imediatamente, assim o cérebro processa o conhecimento e vai estabelecendo conexões, formalizando a memória e conhecimento significativo, desde que afete o aluno de forma que este se veja no objeto de saber. Esta cultura está tão enraizada que se um professor executar uma prova surpresa poderá ser até “processado”, como se esta fosse algo que o aluno devesse temer e, por isso deverá se preparar para o “grande acontecimento”. O aluno deve aprimorar o seu conhecimento, independentemente de ter prova, ou não. Estar em constante processo de estudo e a postura de pesquisador possibilita que o discente esteja sempre pronto para ser avaliado diante do que está sendo trabalhado pelos professores e projetos escolares.
Para uma efetividade do desempenho escolar é fundamental o lançamento de uma campanha envolvendo os Pais, Alunos e Funcionários, com o lema: “ Ler com prazer e estudar todos os dias”.
Tal incentivo contará com reuniões periódicas do corpo docente e gestores com os Pais e líderes de turma, além de serem produzidos vídeos, cartazes, textos e projetos de incentivo a prática leitora. Para uma efetividade da ação, sugerimos reuniões com os Pais a cada dois meses, no mínimo. Nestes encontros família e escola criarão estratégias de incentivo à leitura e estudos, bem como o acompanhamento do desempenho escolar dos alunos.
Para isso, a equipe deverá ser exemplo, tendo fóruns de discussão e exposição de livros que o próprio grupo leu e debater ideias, acerca do material lido.
       2 - Resgate do Prestigio e da autoridade do professor.
     Atualmente a Indisciplina e falta de respeito são características de conduta discente comuns em todas as escolas! Somos a favor que no início da primeira aula o Hino Nacional seja cantado como forma de enaltecer a relação patriótica e de pertencimento dos alunos com a pátria e que depois os professores e Direção escolar estabeleçam as regras de convivência construída com a participação dos alunos. O diálogo será feito sempre na primeira instância (depois do hino), estabelecendo nesse momento um retorno a consciência do porquê das regras, mas durante a rotina escolar as infrações deverão seguir a ordem da advertência à punição (sempre convocando a família), caso a conduta permaneça. Enfatizando as situações mais comuns como: os alunos que ficam fora da sala, os que chegam atrasados, os que não fazem as atividades, ou o não respeito aos demais itens das regras de convivência.
3 - Valorização do bom aluno.
     O aluno exemplar (que presta atenção nas aulas, que é participativo, que faz as atividades de casa, respeita os professores e colegas) precisa ser extremamente valorizado pela escola. Ele servirá como fonte de inspiração para os demais alunos.
     Finalizando, por meio de uma vontade real e coletiva, estas três medidas podem ser concretizadas e trará resultados mais positivos, além de organizar e humanizar o espaço escolar.  Temos que restabelecer as regras desses jogos, trazendo para a educação o que de fato é prioritário. Não adianta pensar numa nova escola, se não estamos conseguindo estabelecer o básico, que é a aprendizagem de nossos alunos.  
            Tássio Simões Cardoso (Revelat)[1] e Miliane de Lemos Vieira (Tahira)[2]



[1] Professor Graduado em História, Pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Educação Inclusiva, Poeta e Gestor Cultural.
[2] Psicóloga com Aperfeiçoamento em Psicomotricidade Clínica e Educacional, Mestre em Educação, Formadora de Professores e Profissionais de Educação na Rede Particular e Pública de ensino, Professora de Danças Árabes e Bailarina.

4 comentários:

  1. Concordo plenamente.
    No Colégio Thales de Azevedo, colégio Estadual, já privilegiávamos a aprendizagem,
    e um colégio com uma direção de excelência mostra que poderemos sim mudar a realidade cruel das nossas escolas. O item 2 é um verdadeiro achado. O professor precisa voltar a ter autoridade e ser respeitado. Voltar a ter amor à pátria é fundamental para a mudança. Respeito e valorização do professor são mesmo fundamentais. E o contato com a família precisa ser feito. Os pais precisam ser engajados e compromissados com o processo educacional.Fazer a comunidade participar, pois é raro a integração da comunidade com a escola. E lembrar que a educação começa na família. É chegada sim a hora de reconstruirmos o que destruíram.Sobretudo a valorização do professor passa sim pelo salário digno. Está faltando formação continuada desses professores e 70% se sentem incapacitados para lidar com a violência e estão desmotivados e abandonando a educação.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns Tássio e Miliane.
    Vocês são motivadores.
    Somente através da Educação essa nação chegará à dignidade merecida!!! Um abraço.

    ResponderExcluir
  3. Creio que o(a) docente deve conhecer o papel da Avaliação para aplicá-la de maneira correta. O que temos visto não se coaduna com o papel que ela deve cumprir. Além de não fornecer os insumos necessários para uma Educação de Qualidade, o Poder Público não remunera condignamente aos docentes e nem tem preocupação com a formação continuada. A outra dificuldade é a família, que não participa e nem sequer acompanha as atividades dos filhos.

    ResponderExcluir
  4. Creio que o(a) docente deve conhecer o papel da Avaliação para aplicá-la de maneira correta. O que temos visto não se coaduna com o papel que ela deve cumprir. Além de não fornecer os insumos necessários para uma Educação de Qualidade, o Poder Público não remunera condignamente aos docentes e nem tem preocupação com a formação continuada. A outra dificuldade é a família, que não participa e nem sequer acompanha as atividades dos filhos.

    ResponderExcluir